Nutricionista
As Ciências da Nutrição são uma área da saúde que integram a prevenção
e/ou o tratamento de várias condições clínicas e /ou estéticas através da
manipulação de nutrientes específicos e instituição de uma alimentação
orientada a cada condição/patologia.
Assim, numa consulta clínica de nutrição é feito um diagnóstico do estado
nutricional do indivíduo através da avaliação dos vários parâmetros que o
constituem (peso e composição corporal, dados bioquímicos e capacidade
funcional), avaliados os hábitos e rotinas alimentares diários, bem como o
funcionamento gastrointestinal e a coexistência de alergias ou intolerâncias
alimentares.
Com base no historial clínico, hábitos alimentares, estilo de vida e objetivos
específicos do indivíduo é definida uma estratégia nutricional e alimentar
orientada sob a forma de um aconselhamento ou plano alimentar
estruturado individualizado, ao qual se segue um acompanhamento regular
com vista a avaliar a evolução e garantir o sucesso da intervenção.
Na consulta clínica de Nutrição podem ser abordadas diversas vertentes
nomeadamente a perda e/ou ganho de peso, melhoria da composição corporal
(redução de gordura e aumento de massa muscular), bem como controlo e
atenuação do impacto de diversas patologias específicas como intolerâncias
alimentares, diabetes mellitus, hipertensão arterial, dislipidemias, epilepsia
refratária, síndrome do intestino irritável, doenças inflamatórias
intestinais, esteatose hepática, pancreatite crônica, doença celíaca, doenças
oncológicas e neurológicas com estados de disfagia associada, entre outras.
A consulta clínica de Nutrição está indicada nas várias fases do ciclo de
vida, desde a conceção, infância, adolescência, idade adulta até à terceira
idade.
Um bom estado de saúde começa com uma correta alimentação!
Dr. Fábio Cardoso
A obesidade é uma doença crónica que se caracteriza pelo excesso de gordura corporal, resultando frequentemente de um desajuste entre o aporte e o dispêndio energético. Esta acumulação excessiva de massa gorda está frequentemente associada a um aumento do risco de doença. Todavia, é hoje perfeitamente reconhecido que a localização deste excesso de adiposidade tem um papel determinante. Assim, segundo a Federação Internacional de Diabetes, a presença de gordura visceral, estará na base do processo de agregação de outros componentes da chamada síndrome metabólica. Entre estes componentes temos, o aumento dos triglicerídeos, da pressão arterial e da glicose plasmática, bem como a diminuição da fração do colesterol das HDL. Os indivíduos serão classificados como tendo síndrome metabólica quando apresentem obesidade visceral e mais 2 dos 4 componentes referidos anteriormente. Será assim altamente desfavorável a presença da síndrome metabólica na medida em que a mesma se associa a aumento do risco de doença cardiovascular e de diabetes tipo 2. Neste contexto será fundamental a prevenção, ou seja, evitar o ganho de peso constante, particularmente se localizado na zona abdominal. Paralelamente é fundamental o controlo das comorbilidades associadas, no sentido de evitar a agregação de fatores de risco cardiovascular e que aumentem fortemente a probabilidade de diabetes tipo 2.